A (re)construção dos cursos de Secretariado Executivo

 A formação de secretários executivos para atuarem em um mercado altamente competitivo e em constantes transformações, é o papel dos cursos de Secretariado Executivo. Devem formar profissionais com competência para promover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento de organizações públicas e privadas, na busca do aumento de produtividade e competitividade. Um dos preceitos das Diretrizes Curriculares para os cursos de Secretariado.

É necessário levá-los a aprender a aprender e desenvolver-lhes a responsabilidade pela construção do conhecimento. O processo de construção do conhecimento acontece pela aprendizagem, que não significa memorização pura e simples, mas significa dizer que, se o sujeito efetivamente aprendeu, será capaz de reconstruir o conhecimento tempos depois. Constrói o conhecimento a partir de sua interação com a realidade.

A educação formal, em muitos casos, ainda está apoiada numa visão tradicionalista que reforça a fragmentacão do conhecimento. Assim, há currículos de Secretariado ainda trabalham com a ideia de separação entre teoria e prática, partindo do pressuposto que a teoria precede a prática. Organizam o conhecimento do geral para o particular, do teórico para o prático, com o estágio no final do curso.

Os conteúdos trabalhados em sala de aula raramente são extraídos do cotidiano dos estudantes, de seus problemas práticos. São, algumas vezes, tão distantes que os alunos questionam o porquê deste ou daquele assunto. Queixam-se diante da falta de um direcionamento do conteúdo da disciplina para a realidade de um profissional do secretariado. Sentem esta falta de direcionamento porque tem consciência e conhecimento da realidade do mercado de trabalho no qual estão inseridos. 

É triste afirmar, mas há professores, infelizmente, voltados unicamente para sua disciplina. São raros os que têm visão geral das disciplinas que compõem a estrutura curricular do curso de Secretariado. Assumem as aulas mas não se comprometem com o curso. Não têm uma participação efetiva na construção do conhecimento e desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes. Não sabem de seu cotidiano. Não têm tempo para se envolver com o curso e com os estudantes, porque são professores que estão na instituição de ensino somente no horários das aulas.
Poucos conhecem a trajetória da profissão. Temos professores que, ainda, têm uma visão do secretário executivo como alguém que presta serviços pessoais, não o considerando pertencente à categoria simbólico-analítica, como denominada por Robert Reich (1994).

Por outro lado, há também professores empenhados em enfocar conteúdos cada vez mais próximos da realidade dos estudantes, usando a pesquisa como atitude cotidiana, evitando o mero repasse de informações. Desafiam os estudantes através de reflexões, enquetes, situações-problemas e seminários, a não se contentarem em reproduzir determinado conhecimento acumulado, mas sim reelaborá-lo depois de confrontá-lo com suas próprias experiências.
Enfim, propiciam condições para o estudante ler, questionar, investigar, refletir, analisar e emitir seu ponto de vista.

Pergunto-me com certa angústia.......  

As empresas estão de fato abertas para contratar profissionais competentes formados pelos cursos de Secretariado Executivo?


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