Vivendo o "ambiente real"

O estágio supervisionado de um curso de graduação é um dos elementos que possibilitam a prática por intermédio de atividades que os estudantes devem ser levados a realizar ao longo de seu processo de formação junto ao campo de trabalho, área em que pretendem atuar, ou seja, para a qual o curso que estão fazendo está direcionado. Talvez por isso o campo de trabalho seja denominado pelos estudantes como o efetivo lugar de prática e a Universidade como o lugar da teoria.

No entanto, o entendimento de que o campo profissional é também um lugar de formação deve ser discutido com os estudantes, para que passem a entendê-lo como um espaço essencial de parceria que não só privilegia a parte prática, mas acima de tudo alimenta a teoria, quando não, a reelabora. Ou melhor, faz a prática referência para a teoria.

Sempre defendi, e continuo defendendo que a estrutura curricular de um curso de Secretariado Executivo deve privilegiar a formação de secretários executivos com competência técnica/gestão, comunicacional e social - inclusive tem um capítulo sobre isto em meu livro A Secretária que Faz.... Além dessas competências, deve formar profissionais críticos e aptos a fazer uso de seus sentidos, imaginação, criatividade, iniciativa, capacidade de interpretação e análise, e sensibilidade para descobrirem sua singularidade, desenvolvê-la e depois doá-la em prol da (re)construção de um mundo mais humano e saudável. E o estágio supervisionado tem um papel primordial na formação e construção dessas competências.

Diante desta importância, um dos fatores que contribui significativamente para a qualificação do estágio é a integração Universidade e organizações campo de estágio. Para que esta integração seja traduzida em sucesso para ambas as partes, torna-se necessário fazer uma avaliação desta relação. Recomenda-se nomear indicadores que podem mostrar como anda esta parceria, tais como:

a) participação do estudante no processo de integração;

b) disponibilidade do supervisor em dialogar com o aluno-estagiário;

c) número de alunos-estagiários por organização;

d) fatores que dificultam o relacionamento com o supervisor;

e) fatores positivos no relacionamento com o supervisor;

f) número de estágios remunerados;

g) condições de trabalho: ambiente confortável, equipado, climatizado);

h) utlização de tecnologias de informação e comunicação;

i) adequação das atividades desenvolvidas ao perfil profissional;

j) envolvimento em atividades não previstas no programa de estágio;

k) dentre outras.


Claro, são indicadores que devem fazer parte de uma proposta mais ampla de avaliação sistemática e contínua de estágio supervisionados dos cursos em nossas Instituições de Ensino Superior.


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